GO Blog | EF Blog Portugal
As mais recentes novidades sobre viagens, línguas e cultura dadas pela EF Education First
MenuRevistas Grátis

Qual é a melhor idade para aprender uma língua?

Qual é a melhor idade para aprender uma língua?

Apesar de o nosso entendimento da aprendizagem de língua estar constantemente em evolução, mitos persistentes sobre as crianças serem superiores no que toca à aquisição da língua têm desencorajado outros do desafio. Mas a verdade é que toda a gente pode – e deve – aprender uma língua nova, independentemente da sua idade. Aqui está o porquê.

Como é que aprendemos

A aprendizagem da língua é uma função essencial do cérebro que nos permite compreender o nosso mundo. Se não formos a expostos à língua na infância, crescemos com uma capacidade muito limitada de a navegar. As histórias de crianças abandonadas mostram tragicamente a importância da exposição precoce e o preço a pagar se formos privados da língua nos primeiros anos.

Mas os bebés são, de facto, programados para ouvir e imitar as línguas que ouvem, mesmo antes de nascerem. Estudos mostram que mesmo sem palavras, os bebés choram e comunicam “com sotaque”. A capacidade de falar a sua língua nativa é construída nesta base acentuada. Por isso, a capacidade de se expressarem progride a um ritmo surpreendente nos primeiros anos de vida.

As crianças adquirem competências linguísticas através de um processo que os cientistas apelidam de “aprendizagem implícita”. Isto é, a absorção e imitação daquilo que ouvem. As crianças estão simplesmente focadas em adquirir os meios de comunicação que querem, da maneira mais eficaz possível. Elas não pensam na aprendizagem da língua – simplesmente aprendem.

Porque é que aprendemos

As crianças também estão preparadas para aprender a língua rapidamente, de modo a sobreviverem e a prosperarem – tanto em casa como num contexto social mais vasto. Apesar de receberem instruções na língua que falam, as crianças permanecem fundamentalmente alunas não estruturadas, imersas na língua, e a aprender através de um processo contínuo e confuso, de tentativa e erro.

Crianças bilingues ou multilingues são capazes de navegar várias línguas facilmente, preparando-as (a elas e cérebros delas) para uma série de benefícios contínuos ao longo da vida.

Fala-se frequentemente sobre qual a melhor idade para aprender uma língua. Mas no que toca às línguas, a aprendizagem nunca acaba realmente, e em muitos aspetos, a nossa motivação para expandir os nossos horizontes linguísticos apenas cresce com a idade.

Quando se trata da nossa língua, nós somos, de facto, alunos natos ao longo da vida. Um dos maiores estudos alguma vez feitos sobre a aprendizagem da língua concluiu recentemente que pode levar até 30 anos para dominar a nossa língua nativa. E ao longo das nossas vidas acrescentamos palavras, aprendemos novas expressões e calão, evoluímos com a língua com que nascemos e no processo desenvolvemos uma capacidade mais sofisticada e variada de nos expressarmos.

Num mundo cada vez mais conectado, também somos pressionados a aprender novas línguas para que possamos participar em discussões globais, consumir os média globais, trabalhar internacionalmente ou desenvolver relações e amizades que atravessem fronteiras. Sem a aprendizagem de uma língua global como o Inglês ou o Espanhol, por exemplo, podemos sentir-nos separados do mundo, no sentido mais literal.

Sendo assim, porque é que – apesar do nosso desejo e necessidade inatos de expandirmos os nossos horizontes linguísticos – hesitamos tanto em aceitar o desafio?

Passar das nossas cabeças – para o mundo

É comum ouvirmos adultos, ou até jovens dizerem que são simplesmente demasiado velhos para aprenderem uma nova língua e que é simplesmente demasiado difícil. E muitos – apesar de não o quererem admitir – hesitam porque não se sentem confortáveis a cometerem erros em frente a outras pessoas.

Mas será que aprender uma língua à medida que envelhecemos é assim tão difícil?

Apesar de um estudo recente conduzido no MIT concluir que certos aspetos da fluência estão ligados à exposição na infância – um entendimento perfeito de certas regras da gramática do Inglês, por exemplo – há na verdade poucas provas de que adolescentes e adultos sejam menos eficazes na aprendizagem de línguas do que crianças pequenas, especialmente se o objetivo não for a fluência a nível nativo.

Alguns estudos, incluindo um estudo sobre falantes bilingues de Espanhol-Catalão a aprenderem Inglês, mostrou que adultos aprendem mais rápido do que crianças.

A nossa pesquisa extensiva também mostra que adultos – até principiantes – podem fazer progresso mais rapidamente, especialmente se aprenderem de maneira imersiva. Joshua Hartshorne, um professor auxiliar de psicologia na Boston College e autor principal do estudo do MIT, confirma isto, argumentando que “aprenderia num ambiente de imersão. A imersão tem um efeito enorme nos nossos dados – mesmo em relação a grandes diferences de idade.”

A imersão funciona porque torna a aprendizagem natural, necessária, contínua e divertida.

Mas há uma vantagem adicional que os alunos adultos detêm: uma abordagem estruturada à aprendizagem em si.

À procura de estrutura

No decorrer da escola, nós descobrimos o que funciona para nós enquanto alunos. Enquanto alguns de nós aprendem através da audição, outros precisam de tirar notas e memorizar regras e fórmulas. Quando nos tornamos adultos, já aprendemos como aprender.

Esta abordagem mais estruturada é extremamente valiosa quando estamos a aprender uma nova língua, precisamente porque línguas são estruturadas por natureza.

A capacidade de concentração também é importante. Com mais estrutura vem mais atenção e uma capacidade de concentração que as crianças simplesmente não têm; uma capacidade que Antonella Sorace, professora de linguística de desenvolvimento e directora do Bilingualism Matters Centre na Universidade de Edinburgh, apresenta como ‘aprendizagem explícita‘ em contraste com a forma mais implícita de aprendizagem das crianças. Sendo assim, fica difícil decidir qual a melhor idade para aprender uma língua.

Aceitar os nossos objetivos

Ao envelhecermos, os nossos objetivos em termos de estudo e carreira tornam-se mais claros e podem ajudar a motivar-nos ainda mais. Podemos, por exemplo, ficar motivados para aprender Francês porque nos queremos tornar diplomatas, sermos fluentes em Inglês para termos uma carreira internacional, ou obter fluência conversacional em Coreano porque adoramos K-pop.

As ligações sociais também entram nisto. Tal como as crianças, é provável que os adultos aprendam uma língua nova mais rápido se forem capazes de estabelecer ligações com outros alunos e de utilizar as suas novas competências em contextos sociais que os deixem felizes.

Mas como qualquer outra jornada, aprender uma língua é mais fácil se soubermos onde queremos ir.

Evitar a armadilha da fluência

Deverá o último objetivo de aprender uma nova língua ser a fluência? Tornar-se fluente numa língua nova é difícil. E leva tempo. Algumas línguas são mais difíceis de aprender do que outras – o Inglês é relativamente fácil, por exemplo. No entanto, alcançar a fluência é o resultado de esforço e exposição contínuos, até para crianças que o fazem inconscientemente.

No entanto, ficar fixado na fluência pode ser desmotivante. Apesar de ser um objetivo válido a longo prazo para muitos, é melhor – e mais produtivo – definir objetivos mais realistas para a aprendizagem. Por exemplo, ser capaz de ler e compreender a língua com facilidade ou simplesmente sentires-te confiante na comunicação em situações quotidianas ou com novos amigos.

Ter objetivos tangíveis é crucial para o sucesso de qualquer aluno. No entanto, ver como a aprendizagem de uma língua nos beneficia num sentido mais vasto pode ajudar a motivar-nos ainda mais.

Compreender a história maior

Aprender uma língua não acontece em vácuo. Estudos mostram que a imersão numa nova cultura e a ligação com pessoas que atravessam fronteiras culturais pode tornar-nos mais criativos.

Aprender uma língua nova e tornar-se confortável ao alternar entre línguas pode ajudar-nos também a trocar de perspetivas e formas diferentes de ver o mundo, tornando-nos mais empáticos e aceitadores dos outros.

Falar mais do que uma língua pode também ajudar-nos a sentirmo-nos mais ligados aos outros e ao permitir-nos viajar mais. Além disso, pode aumentar a confiança, como demonstram vários estudos realizados por todo o mundo. Por isso, como podes ver, não há melhor idade para aprender uma língua.

No nível mais fundamental, aprender línguas permite-nos comunicar e estabelecer laços com outros e perceber que estamos todos nisto juntos. E apesar do que o conhecimento comum nos diz – nunca houve um limite de idade para isso.

Aprende uma língua com a EFDescobre mais aqui!
Recebe as últimas novidades em viagens, línguas e cultura na nossa newsletter GOQuero inscrever-me